16 de maio de 2013

Adeus às ilusões?

Adeus às ilusões? [1]
Geocentelha 352

Parece que de repente a hipótese do aquecimento global continuado começa a fazer água. Não me parece tão importante assim termos certeza hoje de que a terra está aquecendo ou esfriando. Sei que a humanidade não tem pronta solução para qualquer hipótese. Aliás a humanidade nunca tem solução sequer tolerável para problemas que inventa. Um exemplo: Onde está a solução da sacola plástica? Tenho certeza absoluta de que não existe, porque, a rigor, o da sacola plástica é problema inventado e problema inventado não tem solução. Por que o problema da sacola plástica é inventado? É inventado porque nenhuma casa comercial, desde que surgiram os grandes supermercados, teve em homenagem à transparência a decisão de cobrar pela sacola. O que aconteceria numa sociedade lúcida? Algumas passeatas e depois a sensatez de verificar se as compras estavam ficando mais caras ou baratas com as sacolas compradas ou levadas de casa. Querer que os supermercados não cobrem pelas sacolas é pedir deles que não tenham transparência. Eles cobrariam pelas sacolas vendidas uma a uma como cobram pelo pão, e o que haveria de mau nisso? Mas cobrarão também, se não cobram uma a uma, pelas sacolas que dão de graça e o freguês desonesto e desatento, por achar que não está pagando, leva logo quatro ou seis no lugar de uma. O supermercado capta o consumo de sacolas estatisticamente, e cobrará estatisticamente. Um imenso problema geológico, podem crer, porque, além de pesar no bolso do desatento freguês, pesa no estoque de sustentabilidade geológica do planeta! Pode o comerciante ser desonesto noutras operações, mas nesta estaria exercendo um direito inquestionável. Qual então seria o cenário de todos os supermercados cobrando pela sacola? O da transparência! Se acho caro não compro, levo de casa, e aí não pago. E aí o consumo cairia, assim como sobreviveria mais o estoque de nossa sustentabilidade geológica, porque cairia o impacto ambiental! E cairia menos a economia popular!

Se não estivermos aquecendo tanto, não teremos de tentar o milagre de resfriar, porque nem teríamos ventilador suficiente. Dediquemo-nos então a resolver problemas concretos, que estão nas nossas mãos. Problemão, não acham, termos muitas cavidades de pedreira e de minas abandonadas? Mas que problema? É mil vezes melhor termos cavidades desses tipos abandonadas, às dezenas, às centenas para que possamos fazer mil coisas extraordinárias com elas que, por um lado não as termos, o que significaria que teríamos de importar o ferro de um mero canivete ou por outro lado declará-las APP, proibidas, imprestáveis, reduzindo a cada dia que passa o território utilizável! Não temos outra coisa a fazer senão choramingarmos por termos buracos de mineração, só pelo mórbido prazer de dizer que não gostamos dela (embora gostemos bem de seus produtos)? Assim não dá! Acabo saindo por aí a perguntar se alguém sabe a última do brasileiro!  

  
  
Belo Horizonte, 17 de julho de 2012

Edézio Teixeira de Carvalho
Eng. Geólogo





[1] O Tempo; O.PINIÃO; 26/07/12; p. 21

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