13 de janeiro de 2017

Gestão lógica da sustentabilidade


Gestão lógica da sustentabilidade
Geocentelha 401 Gestão


Sustentabilidade é palavra muito utilizada em contextos genéricos. A geologia permite agrupar os fatores da sustentabilidade pelo que eles representam hoje e pelo que podem oferecer no futuro: Geodinâmica interna, atmosfera, biosfera, arcabouço mineral, recursos hídricos, que em conjunto exercem atributos de suporte físico dos assentamentos e atividades humanos. Com o advento do Homem, a lista passou a incluir a noosfera, texto que devemos a Teilhard de Chardin e que podemos chamar esfera da consciência. Lembro que o calor do sol, sua gravidade e a da lua, são fatores da sustentabilidade extraplanetários. Considerando sustentabilidade natural a não tocada pelo Homem e derivada a que ele modificou plantando, edificando, reabilitando o ambiente degradado, podemos dizer que a situação planetária é hoje uma mescla entre os dois estados.
Para a gestão da sustentabilidade devemos assimilar a terra a um vaso fechado onde se concentra toda a sustentabilidade material nos agrupamentos acima. Se o vaso é fechado, a sustentabilidade contida dele não sai, mas pode perder-se como a batata que apodrece. Podemos, recorrendo à lógica, imaginar hipóteses de manipulação da sustentabilidade como segue:. Todo alimento que deixamos de extrair de dado ponto da terra, teremos de extrair de outro. Se não comemos baleias, pacas, capivaras, tatus, para manter o consumo de proteína animal comeremos mais bois, porcos, galinhas, cuja criação pode consumir mais recursos da flora. Baleia, tatu e capivara terão mais direito que porcos e bois só porque não foram domesticados? Há cerca de quinhentos anos o Japão tinha território mais degradado que hoje. Os japoneses resolveram reduzir a criação de gado, importar madeira e adotar pesca marinha. Hoje têm cobertura arbórea em 70% do território. Se optamos por não ocupar um seguro topo de morro, obedecendo à lei, talvez tenhamos de recorrer a uma encosta instável como é comum na serra do Mar. Se todo o movimento ambiental mundial passar a usar o conceito de vaso fechado, suas conclusões sobre o que é melhor para o futuro da terra serão diferentes.   

Belo Horizonte, 17/01/2016

Edézio Teixeira de Carvalho

Engenheiro Geólogo

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